terça-feira, 30 de outubro de 2007

Braúlio Wanderlei - militante político desde o movimento estudantil até o sindicalismo

De militante político estudantil a sindicalista, Bráulio de Barros Wanderlei, 30 anos, percorreu e construiu uma vida pautada na política desde 1989 quando começa a se interessar por este universo. Quando levantado tal questionamento, pra ele é simples responder, foi uma trajetória de amadurecimento, na qual o atual diretor do Sinpro (Sindicato de Professores de Pernambuco) passou por diversos episódios. Como estudante durante o movimento “Caras Pintadas” exigindo o FORA COLLOR ou mudar sua filiação do PC do B para o PT, e mais recentemente, como sindicalista, participar de uma greve tendo como adversário um governo de esquerda que ajudou a eleger. Estes poderiam ser os principais pontos conflitantes do percurso político do militante, professor, cidadão que ajudou a construir o PT em Petrolina (PE).
Mas o começo desta trajetória se deu justamente quando o jovem se filia ao PC do B, em 1991, um momento em que o país, apesar de restaurada a democracia, ainda tinha a ferida exposta dos vários anos de ditadura. A filiação justamente a um partido de bandeira comunista representava resistência e vontade de mudar. Imerso no movimento estudantil Bráulio Wanderlei se torna Secretário Geral da UJES, União Jaboatonense de Estudantes Secundaristas, em 92, um ano depois já participa da UMES, União Metropolitana de Estudantes Secundaristas e posteriormente vem a ser membro da UJS, União da Juventude Socialista. Neste período, ele como Marxista de formação e com estes anos de experiência a frente do movimento estudantil se depara com contradições na UJS e declara não poder conceber como uma organização social poderia está tão atrelada a um partido. Para ele o movimento social é uma alavanca para a participação ativa das pessoas no cenário político não quintal de partido. Bráulio se refere ao fato da UJS ter uma relação estreita e de interesses duvidosos com o PC do B, ralação esta que foi e ainda é motivo de críticas do ex-militante do PC do B. em desacordo com o partido este foi o motivo de sua mudança para o Partido dos Trabalhadores, onde milita até hoje.
Após ter cursado História na UPE, e passado por várias etapas do movimento estudantil o professor Bráulio faz duras críticas ao que percebe de marasmo entre os estudantes. “A UNE se tornou uma fábrica de carteirinhas, participar do movimento é fazer uma carreira de estudante como militante profissional...” O professor é questionado por que a política tem desinteressado as pessoas e responde: “Acredito que seja por conta dos diversos episódios de corrupção que estamos presenciando e talvez as pessoas pensem que não tem mais jeito e todo mundo é igual, isso faz com que elas evitem o debate”. Se tratando deste contexto o sindicalista é enfático ao falar do mais recente escândalo do atual governo afirmando que primeiramente episodio não passava de uma disputa alimentada por “disse-me-disse”, mas tinha tomado outras proporções quando o Senador Renan Calheiros resolveu “vigiar” seus próprios colegas, e colocou a expressão: “cobra comendo cobra, no Senado não dá!” Mas apesar deste e de outros episódios envolvendo o PT ele ainda se mostra favorável ao partido e sem se esquecer de conjugar o verbo na primeira pessoa do plural (nós) evidenciando que este, para quem faz parte dele, é um partido democrático em que seus militantes participam de suas construções.Se tratando da política local é curto e grosso: “Em Petrolina os Coelhos se disfarçam de inimigos só pra continuar no poder, em Juazeiro não existe disputa política, existe duas pessoas que revezam o poder Joseph e Misael”. E ainda afirma ter se colocado a disposição para dirigir o PT de Petrolina.
Ao fim do bate-papo que resultou numa série de informações sobre Bráulio Wanderlei, algumas questões ainda pairavam no ar: na atual conjuntura política será que tais discussões não se encaminham para um novo rumo, que não seja das posições direitistas, esquerdistas ou centristas? E como visualizar uma sociedade igualitária se cada vez mais estamos imersos num capitalismo tão sedutor a ponto de tornar-nos muitas vezes cegos e individualistas?
Com resposta ou não, viva a resistência!

Um comentário:

Unknown disse...

Muito legal Manú, principalmente os questionamentos levantados ao fim do seu texto. Reflexões pra ficarmos pensando...

bjos

Helen